O Ciclo dos Sistemas Autoritários e Corruptos

Uma Reflexão Filosófica e Espiritual sobre o desenvolvimento e a decadência dos impérios antiéticos e corruptos

Percepção distorcida: A Origem da Sombra

Todo sistema autoritário e corrupto cria e nasce de uma percepção deturpada da realidade e do desejo velado de poder e controle. Seus defensores e militantes distorcem a realidade dos riscos e da segurança. Esses sistemas não emergem do vazio. Eles brotam de um solo fértil de desigualdades, ressentimentos e ilusões coletivas. Eles apontam continuamente para problemas, perigos, ameaças, penúrias, desigualdades e promovem uma visão do mundo baseada no medo, carência e insegurança. As massas percebem um problema (real ou fabricado) e, em sua vulnerabilidade, tornam-se receptivas à promessa de uma nova ordem mais rígida (quase autoritária) e que, supostamente, trará mudança, justiça e estabilidade.

Ao distorcer a realidade com ameaças ilusórias e assustadoras, o senso de ética e solidariedade das massas é enfraquecido, e a percepção coletiva é manipulada por meio de narrativas que dividem, culpam e desumanizam. A inteligência crítica, que poderia enxergar a realidade através dessas ilusões, começa a ser silenciada.

Vontade de poder sem limites: O vício da Ambição

A partir dessa percepção deformada, emerge uma vontade centralizadora sem limites das estruturas de poder. Nos líderes, essa vontade se manifesta por uma busca insaciável pelo crescimento do seu poder de controle e de polícia. Dia após o dia, o estado e seus órgãos de poder se tornam cada vez mais autoritários, injustos e invasivos. Nas massas, a vontade de autodeterminação e a noção de liberdade são aniquiladas por meio da educação e do condicionamento. Os cidadãos são incentivados a não amadurecer como adultos responsáveis e são levados a abdicar da sua liberdade e responsabilidade individual em troca de uma segurança ilusória contra ameaças virtuais por meio de todo tipo de estratégia de diversão. Na procura pela atrofia da capacidade crítica e de reflexão das massas, a distração se torna a arma favorita dos sistemas autoritários. O livre arbítrio não existe mais. As massas perdem o sabor da vida e da própria existência, sendo completamente dominadas e escravizadas, enquanto que os líderes se deleitam com o conforto e as regalias do seu poder autoritário.

Nesse estágio, qualquer que seja o sistema político que levou a essa situação, o pacto social das nações já está completamente violado. O Estado deixa de representar a soberania dos povos e só procura perpetuar seu poder e os seus interesses próprios.

Os sistemas autoritários se constroem sobre essa vontade de dominar e controlar, sufocando a autonomia do pensamento e a liberdade de escolha dos indivíduos. A solidariedade, compaixão e cooperação, que deveriam unir as pessoas, são substituídas pelo medo e pela competição imposta. O cidadão se tornou um escravo individualista e corrupto.

Pensamento: A Corrupção da Consciência

Com a vontade de autodeterminação das massas aniquilada e a corrupção instalada, o pensamento torna-se o próximo campo de batalha. Ideologias rígidas, dogmas autoritários e discursos manipuladores passam a moldar a consciência coletiva. A inteligência passa a ser vista como uma ameaça porque a capacidade de questionar, refletir e buscar a verdade é o maior inimigo da opressão.

Os sistemas autoritários atacam a educação, eliminam o espírito crítico, reprimem as artes e censuram as vozes dissonantes. A ética é substituída por uma moralidade perversa e hedonista de conveniência, que serve apenas aos interesses dos poderosos. Os vícios são legalizados, os crimes tolerados e as virtudes são transformados em fraquezas. É o reino da iniquidade.

As virtudes e a solidariedade são retratadas como fraquezas ou traições, enquanto que o individualismo extremo e a desconfiança tornam-se normas e hábitos.

Palavra: A Arma da Manipulação

A palavra, que deveria ser a principal ferramenta e veículo de verdade e conexão, é transformada em instrumento de controle. Os sistemas autoritários e corruptos distorcem a linguagem, criando slogans, eufemismos e narrativas simplistas que mascaram a realidade. A mentira e a desinformação das massas são institucionalizadas. O discurso ético, a sabedoria e a inteligência são substituídos pelo pensamento único e por propagandas que perpetuam o medo e promovem a obediência.

Nesse estágio, a palavra é usada para desarticular a solidariedade humana. A palavra que deveria ser usada para conectar os cidadãos e as mentes justas é usada para isolar, dividir e polarizar as massas. A inteligência e a ética tornam-se subversivas, pois elas ameaçam expor as contradições e injustiças do sistema.

Ação: A Decadência do Sistema

É na ação que os sistemas autoritários iniciam sua fase de decadência. Nessa fase, os discursos e as ações são dissonantes e o autoritarismo e a corrupção que já se manifestam plenamente e completamente não conseguem mais ficar ocultos. Leis injustas são impostas, violências institucionais são normalizadas e os direitos individuais são pisoteados. É na ação autoritária que começa a ruína do sistema.

Os sistemas autoritários e corruptos são intrinsecamente instáveis porque eles se fundamentam na negação da inteligência, da ética e da solidariedade humana. Essas virtudes representam as forças, embora reprimidas, que não podem ser destruídas, pois elas fazem parte da essência do ser humano e se expressam de diversas formas. Por isso, a história das ciências políticas, filosofia, artes, ideologias, religiões, assim como das monarquias, revoluções e ditaturas, estão interligadas.

A história mostra que, quanto mais um sistema tenta esmagar as virtudes, mais elas emergem em atos de resistência. A resistência é humilde, mas não deixa de ser eficaz. Cada pequeno gesto de bondade, pensamento livre, análise crítica e honesta e ação corajosa, dentro da legalidade, começa a dissolver os poderes autoritários dos sistemas corruptos, de dentro para fora.

Para inverter o círculo vicioso e autoritário da iniquidade, é preciso acordar para a realidade da vida e da natureza humana. Somos todos os donos do nosso próprio destino e temos todos a nossa parcela de responsabilidade no nascimento e instalação de sistemas autoritários e corruptos.

Os ensinamentos e os valores da Ordem Ceti procuram educar o homem para que ele se torne justo e seja capaz de:

1. Ter uma percepção adequada da realidade.
2. Ter desejos que estejam sendo moderados pelas virtudes.
3. Desenvolver pensamentos que sejam corretos, empáticos, solidários e cooperativos.
4. Fazer o uso honesto e adequado da palavra para que ela possa apresentar a realidade tal como ela é.
5. Ter comportamentos éticos e ações altruístas, ou no mínimo justas.

Reflexão Final: O Retorno da Ética e da Espiritualidade

O retorno da Ética e da Espiritualidade no século XXI não é por acaso. Os sistemas atuais são desiguais e desumanos. De quem é a culpa? De todos nos!

Precisamos resgatar a fé, a ética e os valores supremos que permitirão restaurar ou inventar sistemas políticos justos que trabalham realmente para o bem comum, promovendo a ética e a virtude.

Os sistemas autoritários inevitavelmente entram em decadência, não porque eles sejam combatidos externamente, mas porque eles implodem sob o peso de sua própria iniquidade e corrupção.

A percepção que originou o sistema autoritário é substituída por uma nova visão, onde a inteligência, a ética e a solidariedade encontram espaço para florescer novamente.

A lição espiritual aqui é clara: a existência humana se fundamentada em princípios éticos que não podem ser substituídos e suprimidos indefinidamente. No longo prazo, o bem sempre prevalece, porque ele é intrinsecamente justo e não depende de força para prosperar com harmonia. Por isso, você não deve desistir! Sistemas mais justos estão sendo desenvolvidos e tempos melhores estão se anunciando.

Obrigado pela atenção e leitura!

Autor: Esrac

Author: Esrac

Grão-Mestre