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Carta do Fundador
Existem movimentos e pessoas que repudiam a religião, sem mesmo saber o que o conceito realmente significa. E por isso, parece-me oportuno de redefinir o termo e o seu significado para a Ordem Ceti.
Uma reflexão sobre o conceito de religião
O termo “religião” vem do latim “relegere” que significa “reler” ou “interpretar” e foi descrito pela primeira vez de forma acadêmica por Cícero no Livro II da Obra com título “Natureza dos Deuses” (De Natura Deorum – Liber II). Cícero nasceu 106 anos antes de Cristo, foi senador romano, filósofo e escritor.
Cícero definiu a religião comparando-a com a superstição. No trecho que segue, ele explica a diferença entre os supersticiosos (“superstitiosi”) e os religiosos (“religiosi”).


“Nam qui totos dies precabantur et immolabant, ut sibi sui liberi superstites essent, superstitiosi sunt appellati, quod nomen patuit postea latius; qui autem omnia quae ad cultum deorum pertinerent diligenter retractarent et tamquam relegerent, [i] sunt dicti religiosi ex relegendo, [tamquam] elegantes ex eligendo, [tamquam] [ex] diligendo diligentes, ex intellegendo intellegentes; his enim in uerbis omnibus inest uis legendi eadem quae in religioso. Ita factum est in superstitioso et religioso alterum uitii nomen alterum laudis. Ac mihi uideor satis et esse deos et quales essent ostendisse.”
Tradução independente de Willy Paredes Soares (2018, ISBN 978-85-463-0295-6): “Pois aqueles que todos os dias invocavam e sacrificavam para que seus filhos fossem salvos por eles, foram chamados de supersticiosos, porque o nome se mostrou depois mais abrangente; porém aqueles que diligentemente retratavam e, por assim dizer, reliam todas as coisas que se referiam ao culto dos deuses, eles foram chamados de religiosos, a partir de reler; tanto quanto elegantes de eleger, como diligentes de diligenciar, inteligentes de inteligir; pois em todas estas palavras há a mesma força de ler que há em religioso. Assim se formou em supersticioso e em religioso um nome de vício, outro de louvor. E me parece suficientemente ter mostrado que os deuses existem e quais sejam”.
No trecho apresentado acima, Cícero explica que os supersticiosos eram aqueles que invocavam os deuses por meio de sacrifícios (matando animais) enquanto que os religiosos eram aqueles que eram capazes de estudar, ler e “reler” (interpretar) os textos sagrados relacionados ao culto dos deuses, de forma diligente (com zelo) e inteligente, para dar louvor aos Deuses.
Somente quatro séculos depois, a partir do quarto século, após cristo, o termo “religião” começou a ser relacionado ao verbo latim “religare”. Essa nova definição foi adotada pelas igrejas da época para justificar a ideia que as igrejas tinham a responsabilidade e o dever de intermediar as conexões divinas (ou seja, a fé e os cultos) com Deus por meio de uma estrutura eclesiástica e hierárquica.
Nesse contexto, me parece oportuno “desligar” linguisticamente e conceitualmente o termo “religião” do verbo latim “religare” (conectar).
A “religião” nasceu como uma ciência dos textos sagrados, da fé e do estudo dos cultos aos deuses. Essa ciência é livre, pública e pode ser exercida por qualquer alma e nenhuma religião tem qualquer monopólio de uso.
A liberdade de crença e de culto é um direito individual que está em quase todas as constituições. No Brasil o artigo 5 da Constituição Federal estabelece que: “VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.
Da Religião, Ética e Princípios fundamentais da Ordem Ceti
A religião Ceti está sendo fundada como uma ciência que tem como objetivo promover a ética e as virtudes por meio da fé e do estudo de todo tipo de textos religiosos com o objetivo de extrair deles o que consideramos ser o “bem”, ou seja, os princípios éticos, justos e as virtudes, sem esquecer-se de descartar o que consideremos ser obras das forças do “mal” tais como práticas antiéticas, injustiça e promoção da iniquidade.
A religião Ceti é plurisciplinar.
Nossos princípios fundamentais
Nossos princípios estão refletidos em nossos livros.
- Fé como crença na existência de Deus.
- Ética. Os membros são incentivados a viver de acordo com princípios éticos elevados, incluindo honestidade, justiça, solidariedade e compaixão.
- Aceitação da existência do sofrimento espiritual. Os membros são incentivados a serem justos e éticos para deixar de sofrer espiritualmente e passar a ter uma vida feliz, tranquila, com sentido e com propósito.
- Erudição e Humanização. Os membros são incentivados ao desenvolvimento pessoal e a tornarem-se humanistas e altruístas. Quanto maior for a decadência de uma sociedade maior deve ser a autotransformação e elevação espiritual do indivíduo. Sem essa elevação e transformação, a vida se transforma num inferno espiritual. É preciso ser ético para tentar humanizar o mundo e viver feliz, assim como deve-se amadurecer para não esperar que isso seja imediatamente eficaz. A ética é uma jornada e uma prática e não é um destino. O mundo não tem mais significado, os sistemas estão falidos e as ameaças se tornaram globais. É preciso estudar, analisar alternativas e traçar novas rotas para o futuro.
- Pluralismo religioso. O pluralismo religioso se tornou uma fonte do ódio e de polarização das almas num mundo cada vez mais globalizado e perigoso. Nesse contexto, todas as religiões e todos os religiosos precisam voltar a ser religiosos. This content is for members only.
Falta de Propósito de Vida
A falta de propósito, a ausência de fé, de conexão com o Senhor, a tristeza, depressão, raiva ou o ódio são as manifestações diretas do que chamamos “luz preta” (por referência à escuridão e as trevas). Esse vazio existencial atual é o grande vilão da civilização. A falta de propósito provoca a procura frenética do prazer e se torna o berço de todos os vícios, submissões do corpo, da alma e de todas as fraquezas humanas.
Por isso, incentivamos os membros a fazer um autodiagnostico honesto da própria existência e a iniciar um processo de cura espiritual por meio do uso da fé e da luz que o Senhor irradia. Chamamos a luz do Senhor “luz branca” por contraste com a luz preta da escuridão.
Novas formas de Escravidão virtual
Entendemos que os modelos econômicos e tecnológicos atuais criaram novas formas de escravidão dos seres humanos que devem ser abandonadas e substituídas. Sem essas mudanças o indivíduo continuará preso por meio de correntes virtuais e invisíveis.
As correntes que eliminam a liberdade individual já estão onipresentes e distorcem: percepção, vontade, pensamento, uso da palavra e ação. Os indivíduos estão novamente em estado de escravidão.
Novo tipo de Religião
Entendemos que a única religião possível para o futuro é uma religião do homem para o homem por meio do compartilhamento da fé, da ética e da erudição, onde o Senhor é um mero observador e se deleita com o sucesso da sua criação.
A religião Ceti e a Ordem Ceti estão focadas no futuro em duas principais frentes:
Obrigado pela atenção.
Que o Senhor abençoe todos vocês!
Esrac, 20/12/2024
Descubra mais sobre nossos objetivos e junte-se a nós!